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Life in Pink

Life in Pink

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Sinopse

Verão de 1975. Nola Kellergan, uma jovem de quinze anos, desaparece misteriosamente da pequena vila costeira de Nova Inglaterra. As investigações da polícia são inconclusivas. Primavera de 2008, Nova Iorque. Marcus Goldman, escritor, vive atormentado por uma crise da página em branco, depois de o seu primeiro romance ter tido um sucesso. Junho de 2008, Aurora. Harry Quebert, um dos escritores mais respeitados do país, é preso e acusado de assassinar Nola, depois de o cadáver da rapariga ser descoberto no seu jardim. Meses antes, Marcus, discípulo de Harry, descobrira que o professor vivera um romance com Nola, pouco tempo antes do seu desaparecimento. Convencido da inocência de Harry, Marcus abandona tudo e parte para Aurora para conduzir a sua própria investigação.

 

Com 664 páginas, A Verdade sobre o caso Harry Quebert, de Joël Dicker, foi devorado em 4 dias. Dir-me-ão, mas estás em casa sem fazer nada, é normal! Não, anda por ali um Dostoievski há semanas, e dá-me um tédio tal que a coisa não avança. Já este livro, prendeu-me do início ao fim. Confesso que no fim já estava um bocadinho farta com tantas novidades que iam sempre surgindo, mas ainda assim, foi um óptimo livro. Ao longo de cerca de 600 páginas vamo-nos questionando sobre quem será o assassino de Nola, vamos alimentando as nossas próprias suposições, e o livro não pára de nos surpreender. Óptima leitura de férias ou de final de dia, consegue transportar-nos para a história e deixar-nos completamente agarrados. 8/10.

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 SInopse: "Os Inocentes" é um livro viciante — tem cenas repletas de ação, personagens dinâmicas e complexas e a dose certa de sedução e mistério — que, no final, vai deixar o leitor a questionar os seus próprios valores. Esta é a história de uma amizade que luta pela sobrevivência numa conspiração que atinge as grandes esferas do poder. Ao longo destas páginas encontramos um assassino com uma missão especial e uma jovem em fuga cuja sobrevivência depende da cooperação entre ambos.

Armada em pseudo-intelectual, quando me surge um livro deste género fico sempre um pouco de pé atrás a achar que vai ser péssimo, mais uma lamechice qualquer, sem grande narrativa. Só para não ser totó, eis que este livro me surpreende muito pela positiva. Um livro que nos prende da primeira à última página, pois queremos mesmo descobrir como termina, quem são os maus da fita, onde estão as pistas que nos estão a escapar. Se bem que comecei desde cedo a desconfiar de uma das potenciais assassinas :)

Os inocentes conta a história de um assassino profissional, que trabalha para o governo dos EUA, faz o trabalho sujo de que ninguém fala ao eliminar potenciais inimigos da nação, desde chefes de cartéis de droga, a líderes corruptos e com as mãos manchadas de sangue, etc. Num dos seus trabalhos, depara-se com uma mulher e seu filho, e não percebe o porquê de os matar - qual foi o pecado deles? Não são terroristas, não têm ligações a drogas, crimes, etc, porquê? A partir deste momento, a vida de Robie vai mudar. Ele não termina o trabalho, mas alguém o faz por ele. Durante a fuga ao seu controlador e a quem disparou o tiro que condenou mãe e filho, depara-se com uma jovem adolescente - Julie, a ser igualmente perseguida, e salva-a do seu agressor. O destino de ambos vai ficar interligado até ao fim. Serão perseguidos, primeiro só com o intuito de os assustar, numa fase posterior, para os matar. Um plano maquiavélico de um antigo inimigo de Robie, que conta com várias toupeiras a imensos níveis no sistema de segurança norte.americano. Uma história emocionante, que nos faz querer saber sempre mais. Na minha opinião, 4/5.

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 Primeiro livro de uma trilogia de José Rodrigues dos Santos, com 688 páginas.

Sinopse, "Pode uma ideia mudar o mundo?
O século XX nasce, e com ele germinam as sementes do autoritarismo. Da Europa à Ásia, as ondas de choque irão abalar a humanidade e atingir em cheio quatro famílias.
Inspirando-se em figuras históricas como Salazar e Mao Tse-tung, o novo romance de José Rodrigues dos Santos conduz o leitor numa viagem arrebatadora que nos leva de Lisboa a Tóquio, de Irkutsk a Changsha, do comunismo ao fascismo o que faz de As Flores de Lótus uma das mais ambiciosas obras da literatura portuguesa contemporânea."

A primeira metade do livro é devorada com avidez, estamos a conhecer as várias personagens e o seu crescimento ao longo da história. A segunda metade do livro é outra história. Muita filosofia política, teoria política, comunismo, marxismo, fascismo, a explicação das várias correntes dentro de cada uma destas ideologias. Um romance histórico que facilita a compreensão da história, mas é preciso ter paciência para a parte mais teórica, pois não é de fácil absorção, é bom parar e pensar em tantos conceitos, pois são páginas e páginas de explicações dos mesmos. Livro muito bem escrito, como é hábito de José Rodrigues dos Santos. Não é dos meus preferidos, confesso, mas posso ser eu que não ando com a veia intelectual muito proeminente :)

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Mais um thriller emocionante de Ken Follett. É daqueles livros que prendem a nossa atenção e só conseguimos descansar quando terminam.

A acção decorre primordialmente em França, no ano de 1944, durante a Segunda Guerra Mundial. França encontra-se ocupada pelas tropas alemãs, mas há uma força de resistência, apoiada pelos Aliados. Após uma tentativa falhada da parte da Resistência Francesa (com apoio britânico) de fazer explodir uma importante central telefónica alemã, uma agente britânica delineia um plano para levar a cabo, com sucesso, o objectivo de destruição desse fulcral ponto de contacto para as tropas alemãs. História que relata o importante papel das mulheres na guerra, bem como as vicissitudes destes acontecimentos.

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Graham Greene nasceu em 1904, formou-se em História na Universidade de Oxford, e tem uma obra literária vastíssima. Trabalhou para o MI6, o que lhe trouxe um conhecimento profundo sobre as culturas com as quais conviveu ao longo da sua carreira. Este livro - O Poder e a Glória - publicado em 1940, retrata a sociedade mexicana dos anos 30 do século passado, uma época em que o governo tentou reprimir a Igreja Católica. A personagem principal é um padre, cuja fuga do governo por várias províncias do país é a pedra basilar desta história. Os precalços com que se depara, as pessoas que vai encontrando e suas reacções são uma tentativa de transportar o leitor para a época em questão. A alteração do seu próprio estado de espírito e das suas considerações sobre a religião, com o passar do tempo e a tentativa de fuga para território seguro, a falibilidade da natureza humana, são os elementos fulcrais desta controversa obra. Uma óptima leitura.

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Gonçalo M. Tavares conta com alguns dos mais prestigiados prémios literários no seu currículo, e em 2012 foi feito Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique. Jerusalém, publicado pela primeira vez em 2004, recebeu três prémios: Prémio Ler-Millenium-BCP, Prémio José Saramago 2005, Prémio Portugal Telecom de Literatura 2007 (Brasil). É um livro que fala sobre o ser humano, o que o move, a loucura que nele pode habitar. A crença na religião, a crença em pessoas que connosco se cruzam, a interligação da loucura com a crença, uma história que nos prende até ao fim, que nos faz questionar os valores que levam o ser humano a agir.   

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O livro desta semana é uma lição de vida extraordinária. Não sou uma pessoa com uma fé inabalável, a minha fé, a crença em Deus é aliás bastante fraca, mas eu gostaria que fosse reforçada. Respeito a minha e todas as outras religiões, mas prefiro sempre não pensar muito nem falar sobre este tema. Acredito que as pessoas com uma fé forte são mais felizes, aceitam o que a vida lhes dá com uma calma e uma serenidade que quem não partilha dessa fé não encontra. 

Nascemos e Jamais Morreremos retrata a vida de Chiara Petrillo, uma jovem que deu à luz dois filhos que sabia não viveriam mais do que uma hora, para logo de seguida partirem deste mundo. Apesar do desacordo dos médicos em prosseguir com as gravidezes, Chiara acreditou que o seu papel de mãe era trazer essas crianças ao mundo, baptizá-las e deixá-las seguir o seu caminho.

Grávida do terceiro filho descobre que tem um cancro. Adia tratamentos para poder ter uma criança saudável. Este livro mostra-nos a atitude de Chiara durante todo este caminho. Sinuoso para muitos, Chiara começa por perguntar porquê ela, mas a dada altura, deixa de tentar perceber e aceita. Aceita que este é o caminho que Deus quer que ela trilhe. Aceita os dois primeiros filhos como bênçãos, aceita a doença. Durante os tratamentos, no hospital, dá força a todos os pacientes com quem se cruza. À família pede que a acompanhe até ao fim, mas sempre com um sorriso na cara, porque o que não suportaria seria a sua tristeza. Aceita tudo, até ao fim. Não questiona, não tenta perceber. Transmite paz, coragem e alegria a quem a rodeia.

Recomendo este livro a qualquer pessoa, independentemente da sua fé, da sua religião, de ser ateu ou agnóstico. Uma prova de vida com uma beleza extraordinária.

Ida a casa dos papás no fim-de-semana. Aproveitar a família. Descansar. Comer muito bem. Um fim-de-semana fora da agitação de Lisboa sabe sempre bem, só custa deixar novamente a família para trás. Mas custa mesmo  

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O descanso traz consigo a leitura, neste caso, o final de um livro - D. Teresa, uma mulher que não abriu mão do poder, de Isabel Stilwell. Gosto bastante dos livros desta autora, e este não ficou atrás. Retrata a vida da Rainha D. Teresa, mãe de D. Afonso Henriques. Um romance que nos permite conhecer melhor esta personagem tão importante da nossa história. A sua força de carácter, a sua disposição impaciente e muitas vezes intolerante. Lutou pelo poder até ao máximo das suas forças, tendo até digladiado contra o filho na conhecida Batalha de São Mamede. Mais um óptimo livro de Isabel Stilwell.

 

Muitos títulos foram tentados, todos demasiado fortes. Este faz jus ao que efectivamente se passa. Ler hoje será uma distracção. Será o alimento da minha alma, a ocupação da minha cabeça que assim ficará demasiado ocupada e sem espaço para pensamentos tontos. Por vezes sinto-me um mero espectador da minha vida. Ela passa, ela corre, eu assisto. Deixo-a passar sem a agarrar como devo. E como devemos todos agarrar a vida, que passa a voar. Ler apaziguará o meu coração, fará passear a minha cabeça. E poderá hoje ser uma distracção, mas não quer isso dizer que pegarei num qualquer livro para o fazer. Sei que será um grande livro, como o foram os outros dois. E que comece a leitura.

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 'A literatura pode recordar-nos de que a vida não está toda escrita - ainda existem inúmeras histórias para ser contadas.'

 

Colum McCann conquistou com esta obra o National Book Award. Deixa o Grande Mundo Girar começa com a história de um irlandês que vive no Bronx, tenta apoiar prostitutas da zona, apaixona-se mas  a sua ligação a Deus cria-lhe um dilema moral; passa para a história de uma mulher da elite norte-americana que perdeu o seu filho na guerra e recorre a um grupo de ajuda, pois a imensidão de sentimentos conflituantes dentro de si tornam a sua existência um desafio; avança para a narrativa do funâmbulo cujo objectivo é atravessar as torres gémeas e, termina num casal que tenta ultrapassar o vício da droga, mas basta um único deslize para tudo por em causa. McCann constroi à volta de um facto verídico - Phillipe Petit, passou de uma torre gémea para a outra, a 7 de Agosto 1974, equilibrando-se sobre um cabo de aço - todas as histórias que se acabarão por cruzar, de modo mais ou menos intenso, expondo a complexidade da vida humana e o efeito colossal de uma decisão aparentemente inócua. Um livro magnificamente escrito que prende o leitor até à última página.