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Life in Pink

Life in Pink

Aquele momento em que o telefone toca e percebes que a chamada é da creche. Já sabes que coisa boa não pode ser. Atendes a medo e lá te dão a notícia de que pequena princesa não se encontra muito bem. Felizmente têm sido coisas menores, a última, uma diarreia chata e supostamente a pequena estava branca (ela é branca!!) e xoxa. Pois bem, chegadas a casa, pequena princesa deu cabo de toda a energia de sua mãe, de tal modo que quando o pai chegou, a mãe se deu ao luxo de se esticar por dois minutos. Sim, que não podemos abusar nisto do descanso. No sábado pequena princesa mostrou-nos que já é uma crescida e dormiu só uma sesta pós almoço. Duas horinhas de sesta e ficou fresca e fofa para o resto do dia. Os avós fizeram uma visita e fomos lanchar fora. Anda lindamente, rouba o lanche de quem ousar lanchar perto dela - torradinhas, e tem uma paixão pelo avô. Da mesma forma que tem pelo tio. Estamos a tentar perceber esta paixão, mas não encontramos nenhuma parecença entre os dois :p Não está com eles com muita regularidade, mas assim que os vê, quer o colinho deles. Uma fofa a minha filha :) No domingo, eis senão que o rabinho da pequena princesa fica louco. Três diarreias seguidas durante a tarde. Ultra Levur, passou bem a noite, acordou bem dispostinha, gira e fofa, e agora aqui estou eu, com medo da chamada fatal.

 

Uma tragédia. Um cenário dantesco. Impotência. Raiva. Podia continuar, mas não vale a pena. A partir das 21h de domingo tentei contactar os papás só para a habitual chamada/troca de mensagens de boa noite. Caixa de mensagens. Tentei novamente. Um. Outro. Nada. Só um sonoro vazio do outro lado da linha. Ponho na CMTV - o melhor canal quando precisamos de informação do género, por mais enviesada que possa ser - e verifico a desgraça que grassa pelo país fora. A terra dos meus pais ameaçada pelas chamas. Em redor, tudo a arder. Ligo-me ao FB, pedidos desesperados de informação, da parte de quem, como eu, está longe. Vão chegando relatos, mas nada que acalme o meu coração. Tento manter a calma, respirar fundo, tudo há-de estar bem. A dada altura surge a notícia - casas ameaçadas pelas chamas, população a ser evacuado. Tento novamente ligar. O vazio. O vazio de notícias, a impossibilidade de contactar quem amamos e de quem desconhecemos completamente o paradeiro/situação em que se encontra. A TV passava os comunicados de imprensa da ANPC e o longo discurso, bem espremido, é igual a zero. "A situação não está mais descontrolado, evoluiu desfavoravelmente" refere a porta-voz, num discurso irritante pelo seu, mais uma vez, vazio. Por volta da uma da manhã consigo ligação e fico a saber que apesar das lágrimas, dos gritos, do desespero, a situação parece estar a acalmar. O fogo passou. Ardeu tudo o que tinha potencial para a arder. O ar estava pesado. A adrelina corria nas veias de quem tentava salvar o esforço de uma vida, senão a própria vida. Ao longe continuavam a ouvir-se explosões. Botijas de gás. Produtos inflamáveis. Tudo a arder. "Estamos bem, vai descansar" diz-me o meu pai. E eu penso no perigo de reacendimentos, no perigo das explosões, no passado recente de Pedrógão. Medo de adormecer e acordar com más notícias. Lá adormecemos, perto das 3h, e passadas três horas, quando acordei, o medo de ligar o tlm e acompanhar as notícias congelou-me durante uns segundos. Um medo de enfrentar a realidade e do que ela pudesse ter desenrolado nas três horas dormidas. Paizinhos estão bem. A casa e os animais estão de pé. No meio da tragédia, o meu coração descansa. O nosso pensamento está com todas as vítimas destes incêndios cruéis.

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Pequena princesa está um amor, isso já sabemos. No fim-de-semana, por razões várias, o papá dormiu no quarto da princesa. De manhã (ou madrugada, como preferirem), quando a pipoca acordava, punha-se em pé na sua caminha e começava a dizer "PA, pa, pa, PAA, paa, paaa, paa" até obter resposta :) Tão fofa, não me consigo lembrar de um acordar melhor do que este. Hoje às 7h15, com a normalidade restabelecida, pequena princesa ainda se levantou e chamou para o lado onde o pai dormiu nas duas noites anteriores, mas já não o encontrou.

É uma pergunta, não tenho qualquer solução milagrosa. A princesa sempre ficou bem na creche, com mais ou menos resmunguice, sempre foi ficando. Esta semana não. Esta semana chora sempre de maneira veemente. Cola-se que nem uma lapa para que não a largue. E eu debato-me interiormente para tentar descobrir como hei-de deixar a bebé sem que ela fique assim. É obviamente só uma fase, mas se pudermos amenizar a coisa, tanto melhor. Tentamos distraí-la com fios, brincos, golas, meninos, brinquedos, nada resulta. Brinca e sorri se a mãezinha estiver colada a ela. A qualquer tentativa de separação, adopta-se a posição lapa. Tem mesmo que ser separada à força e siga. Espero que tenha sido só esta semana e que para a semana as manhãs comecem de melhor forma.

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 Não temos visto filmes. Quem tem filhos pequenos compreenderá o difícil que é termos um bocadinho só para nós. Depois de deitar a pipoca, de jantar e preparar as coisas para o dia seguinte, sobra-nos um bocadinho para descansar (a nossa opção, pessoas mais virtuosas optarão por estudar/trabalhar/arrumar/whatever, nós ficamonos pelo sofá). Vai daí começámos a seguir a série Star, que vai neste momento a meio da segunda temporada. Resultado, 12 episódios depois, a 1ª temporada acabou e estamos desejosos de ver a segunda.

Esta série acompanha a vida de três jovens mulheres que se juntaram para tentar singrar no mundo da música. Cada uma delas tem uma história por detrás, que as vai acompanhar ao longo do seu percurso, que não poderia obviamente ser linear.

Bastante interessante. E as miúdas são giras que se fartam. Cantam bem, dançam lindamente.

Ouço e leio muitas vezes que quando nasce um bebé, nasce uma mãe. Sei que está implícito que nasce também um pai, mas esta vertente não costuma ser tão abordada. No nosso caso, é tão verdade que nasce um pai, um Super Pai, o que quiserem. A única coisa que lhe falta é paciência, mas ninguém é perfeito, não é? :p Lida com a princesa como ninguém, aquilo que dizem que nos é inato e descobrimos quando temos a criança nos braços - é tudo muito bonito, mas não é verdade. A pipoca adormece lindamente sozinha, no quarto dela, graças ao papá. As birras são atenuadas, as regras cumpridas, com o papá. A mamã ouve uma birra e tende a tentar acalmá-la sem pensar no que está a por em causa (regras, consistência), pois o importante é a princesa não chorar e estar bem, sentir-se amada. Óbvio que a existência de regras e de consistência na aplicação das mesmas é uma forma de amor, é ensinar à princesa como se faz, as birras que são escusadas, os limites que não deve ultrapassar. É claro para mim, para nós, mas o papá aplica esta consistência de forma natural sem qualquer problema, enquanto eu a aplico porque tenho a ajuda, os conselhos dele. Vou acreditar que nos complementamos e que também faço qualquer coisa bem nisto da parentalidade ;)  

 

A caminho dos 15 meses, a consulta já foi efetuada. 10,760 kg de pipoquinha e 74 cm. Tudo dentro dos parâmetros normais.

A princesa já anda bem sozinha, mas gosta muito de ter uma mãozinha. Faz uns ahhhhhh amorosos e vira as palmas das mãos para cima enquanto o faz, muito fofa. Ontem começou a dizer ma ma ma. Pa pa pa já domina. Luz e olá continuam a ser as únicas palavras perceptíveis, mas já comunica imenso. Imita os animais e identifica os objectos nos livros. Livros de histórias é que ainda não, não tem calminha suficiente para isso.

Continua a fazer as suas duas sestinhas durante o fim-de-semana e férias, na escolinha faz uma depois de almoço. Tem adormecido maravilhosamente bem. Às 20h30, mais coisa menos coisa, é colocada na cama, beijinho, boa noite, e adormece num instante. É tão bom quando dormem bem, tão tão bom.

Come muito bem, nos dias de creche por vezes o jantar é para a mãe comer (a sopa vai sempre, o segundo prato, se já está muito cansada, não). Lava os dentinhos. Tem 8 dentinhos visíveis e quatro a despontar. Tem sofrido um bocadinho com os dentes, refila um pouco assim do nada, mas passa.

Quando a vou buscar à creche, gosto de passear um bocadinho pela rua antes de ir para casa. Eu gosto. Ela só quer ir para a porta de casa :p Mas lá a entretenho um bocado na rua (uns 15, 20 minutos na loucura) para ela apanhar um arzinho bom.

Está uma fofa, uma gorducha boa.