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Life in Pink

Life in Pink

No meio de uma gastroenterite viral, a necessidade de fazer papinha de dieta para a princesa resultou em várias confecções - sopas só com batata, courgette, cebola e arroz, fruta cozida, franguinho cozido, caldo de arroz. Ora, caldo de arroz esta mãe nunca tinha feito (acho aquilo a coisa mais sem sal de sempre, com um ar que deixa qualquer pessoa doente) e o resultado foi uma papa de arroz com cenoura e pedacinhos de frango (diz que tive problemas com a quantidade de arroz - se vir bem a coisa, até fiz um prato chique - risotto de cenoura e frango, adaptado para bebé).

E não é que a miúda comeu? Ah e tal não come sólidos. Comeu lindamente! Aliás, comeu umas quatro vezes a mesma coisa (diz que também tenho problemas com quantidades no geral). Com ela doentinha, não queríamos mesmo estar a forçar a alimentação sólida, foi mesmo do género, bem, vamos tentar, já que faz bem à barriguinha. E pronto. Risotto aprovado. A princesa é chique e nós andamos a confecionar pratos demasiado mundanos. Deve ser isso.

Ahhhh, uma novidade. As otites fizeram uma pausa com o bom tempo e, bolas, mais de um mês e meio sem doenças não pode ser. Vai daí que a novidade foi uma virose (adoro que chamem virose a tudo o que ataca os bebés e que não se perceba bem a origem - dá para uma panóplia de coisas) com um valente dessaranjo intestinal. Ele é roupa, lençóis, sapatos, tudo numa lástima de cor blargh e cheiro ainda mais blargh. Uma animação. Pequena princesa encontra-se de momento em dieta. Pequeno bandulhinho continua com algum volume, a não acusar a privação de alguns alimentos :) É verão, o tempo já faz lembrar as férias e até a disposição da pequena, mesmo desarranjada, anda em alta. Assim sendo, encara-se esta primeira virose com bastante tranquilidade e boa disposição.

E a miúda que está gira que se farta?

Há qualquer coisa de muito errado no nosso sistema. Só agora, com o recém estatuto de mãe consigo perceber isso. Eu tenho uma filha. Há quem tenha duas, três, quatro crianças, e por aí fora. Eu trabalho para ajudar a pagar as contas em casa. Eu trabalho 8 horas, porque a veleidade de trabalhar 7 horas só cabe aos funcionários públicos. Não tenho possibilidade de entrar mais cedo/sair mais cedo, porque o meu local de trabalho não o permite. Não temos família perto que possa ir buscar a princesa à creche mais cedo. Posto isto, o que sobra? Duas horas por dia para estar com a minha filha, com ela razoavelmente bem disposta. Digo razoavelmente porque há dias em que a partir das 19h a birra do sono toma conta dela e até ir para a cama, por volta, das 20h30, há toda uma espiral de mau humor. Tenho uma filha e não a consigo acompanhar decentemente, porque tenho que trabalhar. Neste momento, com as férias a aproximarem-se, tento não pensar muito no assunto. Mas a partir de Setembro vou andar constantemente com o coração nas mãos. E com uma certeza bem firme - este sistema não faz qualquer sentido. A penalização cai sobre as crianças. Estado social para tudo e mais alguma coisa (benefícios e mais benefícios para quem não faz nada, mas não cabe aqui julgar esse tema) e no que toca a proporcionar uma infância feliz aos nossos bebés, é o que se vê. Há países mais atrativos para se constituir família, lá isso há.

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Nada fazia antever que pequena princesa viesse a gatinhar. Nunca mostrou grande interesse por estar de barriga para baixo. Pensávamos nós que pequena barriguinha seria um pouco volumosa e deixava a pequena desconfortável. Entretanto farta-se de andar agarrada às nossas mãozinhas. Mas eis senão que, há cerca de duas semanas, decide gatinhar para apanhar um rato vermelho (daqueles de pc). Vez única. Não mostrou qualquer interesse em continuar a fazê-lo. Até que no fim-de-semana decidiu arriscar. E pronto. É isto. Agora não pára. Gatinha até qualquer sítio onde se possa agarrar e meter-se em pé, posição que já domina, e lá se vai arrastando. Está gira que se farta e um perigo :) Princesa em modelito Lanidor SS17.

Pequena princesa fez um aninho e lá fomos nós à consulta dos doze meses. Fartou-se de chorar, porque a médica tinha que a analisar. Assim que lhe tocou, desatou num pranto. Medir perímetro cefálico, cá vão mais uns berros. Pesar, berros e um bocadinho de tentativa de fuga da balança (tão novinha e já começa com estes dramas!!). Medir, ui. Passo seguinte - acalmar a donzela. Foi uma estafa, mas nada que uma bolacha de arroz não resolva. 10kg e 72 cm de pequena pessoa. Seguiu-se o take two do choro e esperneanço - as vacinas. Lá passou também e no final já dizia adeus adeus às enfermeiras. Tão bem educada a princesinha (na consulta também disse adeus e até mandou beijinho à pediatra).

Novidades dos doze meses - importante pequena princesa andar de sapatos (em casa anda sempre descalça de um lado para o outro); vitamina D acabou; importante ir à praia para prevenir otite (pena fazer alergia ao calor.. e à água..); papinhas podemos introduzir quase tudo (excepto fritos, açúcar, camarão e frutos vermelhos). Temos muita vontade de introduzir papinhas novas, a nossa comida basicamente, mas a miss continua a deitar tudo para o chão (diz que na creche come..:p).

 

 

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 Primeiro aniversário desta bebé mais fofa.

Foi na semana passada que a nossa princesa fez um aninho. Passámos um dia muito calmo juntas ("calmo" com um bebé é termo impróprio, mas calmo no sentido de sozinhas, sem grande agitação) e ao final da tarde festejámos com a família mais próxima. Fiz um bolo de propósito para a bebé, sem açucar e com pouca gordura (bolo de cenoura daqui). E a loucura que foi o bolo? A miúda adorou!! Difícil foi tirá-la da cozinha. Tivemos que a distrair para sair de lá sem birra. Dar-lhe um miminho sem peso na consciência é óptimo. Recomendo vivamente esta receita. Para nós crescidos, um pouquinho de bolo sabe bem, se a fatia for grande a coisa torna-se estranha :p Não é a melhor das sensações. Uma cobertura de chocolate faria toda a diferença, mas o dia era da bebé, o bolo foi para a bebé!

No dia seguinte festejámos o aniversário com parte da família (a proveniência dos progenitores da bebé dista cerca de 300km, reunir ambas as famílias é um processo complicado) e amigos. Foi maravilhoso. Muito bom mesmo. As crianças divertiram-se imenso, os adultos confraternizaram, a comida estava óptima, o tempo pedia convívio. Viemos da festinha de coração cheio.

E a princesa? A princesa está um amor, continua a reagir com o seu ar desconfiado a grandes confusões, é difícil sacar-lhe um sorriso quando está muita gente reunida. Fora isso, um amor (seria estranho eu escrever outra coisa, certo?). Está gira que se farta. Continua a recusar comida sólida que não seja em versão fruta/pão/bolacha. Come a sopa passada e a fruta lindamente. Continua com intestino preguiçoso. Quer estar sempre a mexer, mas só anda agarrada a mãozinhas de crescidos. Aborrece-se rápido das atividades que vai realizando, ou seja, sozinha entretém-se muito pouco. As sestas, que são grandes, continuam a envolver algum choro. Dorme cerca de 1h30/2h em cada sesta - da manhã e da tarde - mas pô-la a dormir é um desafio constante. O sono da noite continua igual - adormece por volta das 21h e dorme até 6h30 - já não é nada mau.

Continua com sorrisos imensos para os papás. Mete-se connosco. Pede atenção. É a bebé mais mimosa de sempre. Dá miminhos assim que pedimos. Dá miminhos a todos os peluches. Dá miminhos aos brinquedos. Faz festinhas. É a coisa mais fofa.

Continua com alergias chatas. Alergia ao calor. Alergia à água se os banhos demorarem mais do que cinco minutos. Alergia a tecidos que não 100% algodão.

É uma bebé maravilhosa. A nossa bebé.

Princesa ML está gira que se farta. Ainda não anda. Não gatinha. Resiste a uma alimentação adequada (ao segundo prato, que sólidos em forma de pão e bolacha não há drama nenhum). Não diz grande coisa que possamos considerar falar. Mas grita. E esta mãe adora :) Desata aos gritos MAMAMAMAMAMA quando menos se espera. Ou então AAAAAAAAAAHHHHHHHH AHHHHHHHH (em repeat). Vai dizendo também papapa. E é só engraçado. Há alturas em que continua a falar em mute - a boquinha mexe, mas não sai nada. Quando está com outras crianças balbucia umas coisas quase inaudíveis. O mesmo se aplica para cães e gatos. Os adultos devem ser uma seca e não nos liga muito nesse aspecto. A menos que estejamos a comer qualquer coisa apetecível e aí não pára enquanto não olharmos para ela. São tão espertinhas as crianças. <3

A princesa nasceu há quase um ano. Os primeiros meses foram de adaptação à vida, com bastantes cólicas e as saídas eram escassas. A partir daí começámos a sair um pouco mais, sempre respeitando os horários da bebé e as suas particularidades (não dorme em qualquer lado, adormecer e fazer uma sesta, algo que parece tão simples, é na realidade um processo terrífico; se não faz sesta fica com um humorzinho "difícil").

Feita esta introdução, devo dizer que temos saído muito mais nos últimos meses, mas há qualquer coisa que a maternidade/paternidade ainda não despertou em nós. O sentido de organização na hora de sair de casa. Ou então somos irremediavelmente desorganizados e pouco há a fazer neste caso. Vejamos então:

1ª ida à praia - esquecemo-nos do protetor solar (?!);

1ª ida à piscina - esquecemo-nos do chapéu da princesa (outra vez??);

enésima saída de carro - esquecemo-nos de brinquedinho para a princesa se distrair na viagem;

enésima saída de carro em hora de ponta - esquecemo-nos de brinquedo e de chucha;

saída para compras em centro comercial - esquecemo-nos do carrinho (?!!?) e da chucha.

Poderia continuar, mas a lista não abonaria muito em nosso favor.

Já referi que a miúda está gira que se farta?

Estes pequenos seres amorosos que criamos com tanto amor e carinho têm realmente coisas que ultrapassam a nossa capacidade de percepção/entendimento. Pequena princesa continua resoluta na sua decisão de comida sólida não obrigada. Com as mesmas excepções - fruta e tudo o que seja semelhante a pão e bolachas (a mais recente taradice são as bolachas de milho ou arroz). Felizmente tem comido bem a sopa com o peixe e a carne. Até há uns dias. Decidiu que odiava a cadeira da papa e assim que a sentávamos nela, esbracejava, esperneava, gritava, todo um filme. Era preciso fazermos figuras dignas de circo para conseguirmos que a miúda comesse tudo sem grande berreiro (um dia, de tanto rodar a cabeça - a certa altura percebi que os cabelos a rodar a faziam rir e comer :p - até fiquei maldisposta). Entretanto passou. Foram uns 4/5 dias nesta fase tonta, que passou assim, do nada. Ora bem, o que fizemos nós para melhorar a situação? Nada, continuámos a agir do mesmo modo. A comida, o mesmo. Gostava tanto de perceber o que se passa na cabeça dos pequeninos, a sério que sim :)

Tem um vício terrível, que também não percebemos, quando está a comer - coloca a mão na boca e trinca-a (suja-se toda e tudo o que a rodeia). As costas da mão. Colher de sopa, lá vai a mão. Colher de fruta. Mais um bocadinho de mão. Não percebemos. Esperamos que seja mais uma daquelas coisas malucas que entretanto lhe passam!

 

Ás vezes dou por mim a pensar - O que raio estaremos a fazer mal desta vez?

Não falo da energia que a bebé tem, isso aprecio bastante e não há qualquer problema, falo da pouca capacidade para se entreter sozinha mais do que dois minutos sem reclamar a minha presença. E dois minutos é muito bom. Ontem, cansada de andar às voltas pela casa e pela rua, decidi sentar-me no sofá por dois minutos. Assim que me afastei 50 cm dela, começou a olhar com ar de "mas para onde é que pensas que vais?". Lá a distraí a cantar umas músicas durante alguns segundos e claro, não passaram dois minutos já toda ela eram braços esticados e hum hum humm para a mãe (não sei como designar o modo como ela refila). O pai, querido que só ele, veio a casa para dar o jantar à princesa, pô-la na cama e seguir para um jantar da empresa (apreciei muito a atenção). O jantar foi outra coisa tenebrosa - dar o jantar nos dias que correm é um desafio. A princesa já está acordada desde as 15h, às 19h refila por tudo e por nada. Pensam vocês, duhh, então porque não a põem a dormir? Pois, até que tentamos, não pega. Dá direito a sentar-se logo na cama, pôr-se em pé, gritaria e pronto. Desistimos. Desistimos da última sesta em prol de um pouco de sanidade mental. Ou insanidade, porque o jantar passou a ser hora non grata. O certo é que depois do jantar ainda brinca um bocadinho sem grande drama. Para adormecer, já vai tão cansada que ultimamente até tem corrido bem e sido relativamente rápido (o que são 15minutos na vida de uma pessoa, quando já demorámos uma hora e mais a adormecê-la, no meio de muito choro?).

O mais provável é estarmos a fazer tudo bem e esta ser mais uma fase. Ou ela ser mesmo assim :) Já referi que está gira que se farta? É uma gorducha boa.

 

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